sexta-feira, 19 de agosto de 2016

CORUJA-BURAQUEIRA, VOCÊ CONHECE?!

Olá, visitantes, amigos e curiosos!

Desculpem pela ausência, nesses últimos dias. Sinto falta, quando fico um tempinho sem postar...parece que deixei de fazer alguma coisa. 

Hoje, vou apresentar para vocês a simpática coruja-buraqueira, também conhecida como caburé do campo, coruja do campo, coruja mineira, guedé, capotinha, entre vários outros nomes. Seu nome científico é Athene cunicularia (grego, que significa coruja mineira ou coruja que cava túneis). Ela é considerada uma coruja de pequeno porte, podendo chegar até 27 cm de comprimento e 240g de peso. Vivem, mais ou menos, 9 anos.


Foto da internet. Coruja-buraqueira:


                                                                    Foto da internet. Casal de corujas-buraqueiras, monogâmicas:
Do Canadá à Terra do Fogo, ela é bem popular. E aqui em Peruíbe é "figurinha fácil", já que habita a maior parte da orla de nossas praias e convive com o movimento dos moradores e turistas. Andando pela orla, seja por qual meio de locomoção você utilizar, até mesmo com carro, observe com atenção a área entre a avenida e o murinho da praia, onde encontramos uma faixa de areia, grama e vegetação nativa. É ai que elas ficam: cavam buracos de até 3 metros de profundidade e 90 cm de largura. Forram as covas com capim e, monagâmicas, namoram entre março e abril, tendo de 7 a 9 ovos, incubados por 30 dias pela fêmea. O macho cuida da segurança e de prover alimentos.


Casal de coruja-buraqueira, na orla de Peruíbe. Foto de Sofia G. Silva:


Por falar em alimentos, elas são carnívoras. Comem de um tudo: roedores, morcegos, cobras, insetos, anfíbios, pequenos pássaros, tipo pardais. Mas a preferência é por roedores e insetos (besouros, grilos, vespas, abelhas, gafanhotos, escorpiões). Por isso, são consideradas importantes no controle de pragas urbanas. Agora é que me dei conta que em nenhuma fonte de pesquisa foi citada a "tar" da barata. Acho que elas não são chegadas nessa iguaria..rsrsrs Um casal chega a consumir, por ano, de 12.000 a 26.000 insetos e de 500 a 1.000 roedores!

A arte da camuflagem é a sua coloração parda, cor de terra, meio cinza. As sobrancelhas são brancas, olhos amarelos, cauda curta, perna longa; audição e visão super sensíveis e pescoço que gira 270º. A envergadura (medida de ponta a ponta de cada asa, abertas) chega a 60 cm.


Foto de Sofia Golfetto Silva:


Além de cavar seus buracos, elas também se apropriam de cupinzeiros abandonados e buracos de tatu. Em torno da entrada do ninho, o casal acumula fezes para atrair insetos e...devorá-los! Afinal, sobrevivência é a alma do negócio, seja lá de jeito for.


 Foto da internet. Olhar enigmático da coruja-buraqueira:


Com 14 dias, os filhotes ainda meio branquelos, já vão para a entrada da cova. Com uns 45/50 dias, começam a caçar, mas são alimentados e cuidados pelos pais até os 3 meses de vida. Além da praia, vivem também em campos limpos, pastagens, aeroportos(!), jardins, áreas urbanas com terra, cerrado, campos naturais. São menos frequentes em grandes florestas. 


Foto da internet. Filhotes já com carinha de adulto:


Elas têm hábitos diurnos e noturnos, mas preferem ficar mais quietas de manhã, se expondo mais no crepúsculo. De dia, protegem seus ninhos e, a noite, passeiam e caçam.


DUAS CURIOSIDADES

Quando a coruja-buraqueira sente seu ninho ameaçado, emite um som alto, forte e estridente. Esse som é reconhecido pelos filhotes que literalmente se "enfiam no buraco". Gente, seguinte, eu já me aproximei várias vezes delas e, realmente, esse som é assustador! Tipo: cai fora daqui ou... E esse "ou" é o voar direto na sua direção, com aqueles 60 cm de envergadura prá cima de você e, quando estão quase se chocando com a ameça (no caso, eu!), desviam o voo. Mas dai, você já correu faz tempo, né... pelo menos, eu corri!!!


Foto da internet. Posição de ataque, quando emite som de alerta. Assusta, não?!:


Já vi "ataques" aqui com cachorros e até urubus. Interessante que elas não partem para a agressão, mas o som e o voo são tão ameaçadores que resolve. No dia do cachorro, me diverti muito: ele corria para o buraco, a coruja voava para cima dele e ele corria dela. Dava um tempinho, lá ia ele de novo e, e de novo e de novo! O cachorro estava se divertindo. Já a coruja...


Vendo a paisagem, no murinho da praia, bem pertinho do ninho. 
Foto de Sofia Golfetto Silva:


Quando elas estão ativas a noite, seu canto é semelhante ao de outras corujas, bem diferente do som emitido de dia, para proteção dos ninhos. São chamados para acasalamento e de demarcação territorial. Ouça o canto noturno delas, clicando no link abaixo, obtido no site www.passarossilvestres.com, uma das fontes que utilizei como pesquisa.

http://passarossilvestres.com/wp-content/uploads/2016/02/Canto-da-Coruja-Buraqueira.mp3


Você já ouviu falar de um fenômeno chamado "querido inimigo"? Pois é, a coruja-buraqueira faz isso. Dos "vizinhos" dela, como outras aves, pessoas, animais "conhecidos" que ela "sabe" que estão frequentemente por ali, ela não se defende tanto. Assim, guarda energia para potenciais inimigos "não conhecidos", tipo cobras maiores das que ela consegue caçar, outros animais ou seja lá o que for que perturbar seu sagrado ninho. Elas, inclusive, convivem bem com pessoas "querido inimigo", desde que as mesmas não tentem chegar muito perto de seus ninhos.


Foto da internet. Simpatia para o clique!:

Achou a coruja-buraqueira?! Foto de Sofia Golfetto Silva:


Bem, é isso. Deu para conhecer um pouco mais sobre essa linda ave, tão comum aqui no nosso Brasil. Quanto mais conhecemos, melhor convivemos. 

Abraços a todos, Namastê!

Sofia Golfetto Silva

Também consultei www.avesderapinabrasil.com.br

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